domingo, 5 de julho de 2020

QUAL O PAPEL SOCIAL DA IGREJA NO SÉCULO XXI? Divulgador da palavra

Divulgador da palavra

O PAPEL SOCIAL DA IGREJA NO SÉCULO XXI
Jonas Dias de Souza1
É fato inegável que recebemos nas igrejas pessoas das mais variadas condições sociais, nível cultural e financeiros. Mas além de recebermos pessoas que estão carentes no âmbito espiritual, recebemos aquelas que estão carentes de um amparo social por parte do Estado em suas mais diversas representações.

Neste sentido tais pessoas esperam e depositam na igreja, ( e por igreja, entenda-se Pastores, Presbíteros, Diáconos e todo membro que ocupe uma direção na igreja local) suas esperanças de ter sua carência suprida.

Isto não é algo novo na história eclesiástica. Desde os tempos bíblicos a igreja é vista como pedra de socorro material aos seus fiéis que necessitam. A própria descrição bíblica da instituição diaconia leva-nos a esta interpretação.
Vejamos:
Ora, naqueles dias , crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de Sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (Atos 6.1-3)

O clamor das viúvas que eram preteridas pela direção da igreja levou a criação da diaconia. Donde podemos inferir que aos Diáconos está reservada esta importante missão na área social da igreja local.

Contudo, verifica-se que a responsabilidade é mais abrangente, pois envolve todos os crentes. Não podemos desculpar-nos e empurrar para o corpo de diáconos esta tarefa.

Vejamos o apóstolo Tiago:

A religião pura e sem mácula para com nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1.27)

O que aprendemos é uma exortação para que a igreja olhe, vele, assista às pessoas que estão carente de assistência social, de ajuda. Esta ajuda, entretanto, não pode se limitar aos conservos na fé, mas, na medida do possível ser estendida a todos os necessitados. Quem confirma esta extensão aos demais necessitados é o apóstolo Paulo em sua carta aos Gálatas. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” (Gl 6.10)

Ensino totalmente alinhado com o ensino de Jesus Cristo, e não poderia ser de outra forma, posto que a Palavra de Deus não se contradiz e nem nega si mesma. Jesus ensinou que: “Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.” (Mateus 25.45)
Fica latente que fazemos ao Cristo o que aqui fizermos em prol da melhoria de vida de nossos irmãos. Irmãos de perto (membros de nossas igrejas cristãs) e nossos irmãos que necessitam da aproximação (carentes da pregação do evangelho). Ajuda esta que reafirmamos, vai além da ajuda material. “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir ganhaste a teu irmão.” (Mateus 18.15)

Quais as possíveis modalidades de ajuda que igreja pode prestar no campo social?
As mais conhecidas são aquelas de cunho material: Cestas básicas, roupas e remédios.
Além destas, existem a constituição de mutirão para ajudar a reformar a construir casas.
Existe ainda o popularmente chamado mutirão Paulista, onde os irmãos na área rural se reúnem para ajuda mútua: conserto de cercas, aparo de pastos e colheitas.

Mas resta alertar para outras não comuns, mas tão essenciais que constituem-se em orientações. Tomemos como exemplo, aquela pessoa que passa por uma necessidade jurídica e sequer sabe que existe a Defensoria Pública patrocinada pelo Estado, ou, as assessorias jurídicas prestadas pelas faculdades de direito.
Neste contexto é viável que a igreja possua uma lista de telefones úteis e de endereços de órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social, com vistas a orientar aquelas pessoas que ali aportam em busca de orientação.
Uma outra vertente é a realização de ações sociais extra-culto (mas sempre falando do evangelho) para informar de interesses da comunidade cristã. A título de exemplo. Citamos uma palestra sobre vocações e profissões aos adolescentes prestes a escolher a carreira na faculdade.
Informações sobre Cursos livres.
Por vezes um simples aviso ao término do culto pode informar sobre as vagas existentes no SINE (Sistema Nacional de Emprego). Em lugares menores, pode funcionar aquela informação verbal obtida no cotidiano. Coisa de três minutos no máximo. É viável ter alguém designado para isto, e que seja escrito de forma objetiva. É algo desagradável o interromper ao Pastor para dar anúncios. Não podemos cansar o povo com avisos intermináveis, posto que, muitos de nossos crentes dependem de ônibus para retornar para suas casas. Outros há que estão com cônjuges que ainda não são convertidos. Por isto é essencial que o culto termine no horário programado. Devemos primar pelo cumprimento do horário de nossos cultos. Há aqueles que afirmam que isto é impedimento para a operação do Espírito Santo, mas Ordem e decência é recomendação bíblica. E quando o Espírito Santo operar a igreja terá discernimento.

Pode-se ainda utilizar os estudantes universitários existentes na congregação para criar um Curso Universitário Voluntário ou mesmo aulas particulares dentro de suas áreas de graduação.
A igreja possui um relevante serviço a ser prestado na comunidade onde está inserida.
Basta isto pedir ajuda ao Espírito Santo sobre aquelas áreas que mais necessitam de atuação.

1Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em São João del-Rei/MG. Graduado em Filosofia pela UFSJ(Universidade Federal de São João del-Rei). Estudante do 1º Ciclo de Bacharelado em Teologia e Bíblia pela EETAD.

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