O
contexto da segunda carta de Paulo a Timóteo é, no mínimo, interessante. A
igreja de Éfeso continuava sendo atacada por falsas doutrinas, pelos diversos falsos
mestres que se levantavam para, de acordo com os versículos 6 à 8 deste
terceiro capítulo, adentrar as casas de pessoas enfadadas de pecados e paixões
mundanas e transformar seus pensamentos.
Nos
dois primeiros capítulos o apóstolo Paulo encoraja seu filho na fé a permanecer
naquilo que aprendeu, lutando pela sã doutrina, ensinando a Palavra e repelindo
os falsos ensinos.
Dois
grandes conselhos, por exemplo, encontramos no capítulo dois. O primeiro,
apresentado no versículo 15, onde Paulo incentiva a Timóteo que se apresentasse
a Deus como obreiro aprovado, sem ter do que se envergonhar, pois maneja bem a
Palavra da Verdade. Todo aquele que se dispõe na obra do Senhor deve, em todos
os momentos, apresentar a Deus o seu melhor, cada vez mais conciso de que
apenas na Palavra encontraremos solidez e firmeza de espírito.
Já
o segundo conselho, e falo-o na intenção de fechar este “parêntese” que abri,
encontra-se no versículo 22, e tem uma conotação mais imperativa, onde Paulo
afirma que Timóteo deveria fugir das “paixões da mocidade”. No grego, esta
expressão “paixões” tem um sentido de “desejo especial por tudo aquilo que é
proibido”, e não apenas uma conotação de imoralidade sexual, como normalmente
vemos sendo retratado.
Tudo
que distancia nosso coração do Senhor, por menor que pareça ser, deve ser
repelido de nossas vidas. Tudo aquilo que eventualmente amamos mais que a Deus
deve ser sim entendido como uma destas “paixões”, e disso precisamos fugir, nos
afastar.
Voltando,
portanto, ao contexto do capítulo três, Paulo adverte a seu filho na fé que
tempos trabalhosos viriam. Existe uma discussão para saber quando seriam estes
“tempos” descritos pelo apóstolo, mas uma breve olhada na realidade atual
denuncia que, independente de quando começaram, nós já os vivenciamos. Ainda, é
clara mais uma informação: os tempos seriam trabalhosos por culpa da natureza
depravada do homem.
A
partir do versículo dois, Paulo dá uma lista de atributos negativos de como
seriam os homens nestes tempos citados. De egoístas a enfatuados, vemos que os
pontos negativos abordam as áreas sociais, naturais e emocionais. Essa
depravação atinge, mais a fundo, o caráter do ser humano.
Porém,
o que traz mais espanto e pavor é exatamente aquilo que serve de raiz para todo
e qualquer pecado, disposto por Paulo no versículo quatro. Os homens serão
“mais amigos dos prazeres que amigos de Deus”. A humanidade caminha para seu
fim aqui na terra e este fim é, para aqueles que praticam a iniquidade, que
deleitam-se em fazer o que o Todo Poderoso detesta, a condenação eterna.
Quando
os homens afastam-se de Deus, é notável que lhes ocorre o que descrito pelo
salmista, no salmo de número 42, verso 7, “um abismo chama outro abismo”.
Os homens vão de mal a pior.
Não
bastasse isso, o afastar-se de Deus e apegar-se aos prazeres mundanos, os
homens tornar-se-ão (como bem vemos, já o são) em falsos cristãos – aparentando
um cristianismo em seu exterior, seja em vestimentas ou palavras, porém
negando-lhe de forma crassa em suas obras e atitudes. Vemos, infelizmente,
estes escritos de Paulo concretizando-se em nossa realidade. Apóstolos, bispos,
pastores, profetas e profetizas corrompem a Palavra que afirmam pregar,
maculando o Santo nome do Senhor e tratando a Noiva como uma meretriz. A
condenação destes é certa (vv. 8 e 9)!
Este
texto deve lhe servir com dois propósitos, ao menos. Entenda, em primeiro
lugar, que vivemos nestes tempos sombrios e difíceis, e que somos
constantemente cercados por lobos trajados em pele de ovelhas, que procuram
abocanhar-nos com seus falsos ensinos e suas palavras enganadoras. Em segundo
lugar, e por fim, tenha plena ciência de que estes falsos mestres têm sua
condenação certa, eu que Deus há de trazer-lhes justiça quando no tempo
oportuno.
Daniel
Rodrigues Kinchescki
Por
Litrazini
Graça
e Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário