Saber
quem é Jesus Cristo é algo tão importante quanto o que Ele fez. Muitos
acreditam que Ele esteve na Terra, fez muitos milagres e muitas outras coisas.
A dificuldade para alguns é: quem é Cristo? Que tipo de pessoa Ele é?
A
Bíblia afirma que ela é a autoridade final na determinação de questões
doutrinárias (2 Tm 3.16-17). A Palavra de Deus não permite novos ensinamentos
que possam alterar seu conteúdo ou fazer-lhe acréscimos.
O
apóstolo Paulo disse: “Mas, ainda
que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos
anunciamos, seja anátema” (Gl 1.8). Ao considerar a divindade de
Cristo, a questão não reside em “se é
fácil crer nessa divindade, ou mesmo compreendê-la”, mas se ela é ensinada
na Palavra de Deus. A Bíblia ensina que Deus não pode ser compreendido pela
mente humana (Jó 11.7; 42.2-6; Sl 145.3; Is 40.13; 55.8-9; Rm 11.33).
Sendo
assim, devemos permitir que Deus dê a última palavra a respeito de si mesmo,
quer possamos ou não compreendê-la inteiramente. A Bíblia ensina que Jesus é
Deus: “No princípio era o Verbo, e
o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se
fez” (Jo 1.1-3; 20.28; Tito 2.13; 1 João 5.20). Jesus Cristo conferiu
para si os nomes e títulos dados a Deus no Antigo Testamento e também permitiu
que outros assim o chamassem.
Quando
Jesus reivindicou esses títulos divinos, os principais dos judeus ficaram tão
irados que tentaram matá-lo por blasfêmia. Ele reivindicou para si o nome mais
respeitado pelos judeus, tido como tão sagrado que eles nem o pronunciavam:
YHWH.
Deus
revelou pela primeira vez o significado desse nome ao seu servo, depois de haver-lhe
perguntado por qual nome deveria chamá-lo:
“Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: assim dirás aos filhos de
Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.14). “EU SOU” não é a tradução de YHWH. Todavia, trata-se de um
derivado do verbo “ser”, do qual também deriva o nome divino YAHWEH (YHWH) em
Êx 3.14.
Portanto,
o título “EU SOU O QUE SOU” indicado
por Deus a Moisés é a expressão mais plena de seu ser eterno, abreviado no
versículo 15 para o nome divino YHWH. A Septuaginta traduziu o primeiro uso da
expressão “EU SOU” em Êx 3.14
por ego eimi no grego.
Em
várias ocasiões Jesus empregou o termo ego eimi referindo-se a si
mesmo, na forma unicamente usada para Deus. Um exemplo claro está em João
8.57-58: “Perguntaram-lhe, pois, os
judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Respondeu-lhes Jesus: Em
verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU [ego eimi].
Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do
templo” (Jo 8.57-59).
Jesus
atribuiu esse título a si mesmo também em outras ocasiões. Neste mesmo capítulo
Ele declarou: “Por isso, eu vos disse
que morrereis nos vossos pecados; porque se não credes que EU SOU [ego eimi],
morrereis nos vossos pecados” (Jo 8.24). Disse ainda: “Quando levantardes o Filho do Homem, então
sabereis que EU SOU [ego eimi] e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o
Pai me ensinou” (Jo 8.28).
Quando
os guardas do templo, juntamente com os soldados romanos, foram prendê-lo na
noite anterior à crucificação, Jesus perguntou-lhes: “A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus de Nazaré. Disse-lhes Jesus:
Sou eu [ego eimi]. Quando Jesus lhes disse: Sou eu [ego eimi], recuaram e
caíram por terra” (Jo 18.4-6).
Não
resta dúvida quanto a quem os líderes judaicos pensavam que Jesus estava
proclamando ser. Fica, portanto, bem claro que, na mente daqueles que ouviram
essa afirmação, não havia qualquer dúvida de que Jesus tivesse dito perante
eles que Ele era Deus. Essas afirmações foram consideradas blasfêmias pelos
líderes religiosos, e resultaram em sua crucificação “porque se fez filho de Deus” (Jo 19.7).
Diante
do exposto, o estudo da pessoa de Cristo se reveste de congruência por causa da
relação vital que Ele sustém com o cristianismo. Concluímos que durante esta
vida podemos e devemos conhecer Deus até o ponto necessário para a salvação,
confraternização, serviço e maturidade, mas na glória do céu passaremos a
conhecê-lo mais plenamente…
Assim,
pois, de forma bem real, o estudo da vida de Jesus Cristo e sua importância é,
ao mesmo tempo, uma sondagem na significação da nossa existência e uma previsão
de nosso destino. Por certo todos nós deveríamos nos interessar nessa
inquirição.
Extraído
do Módulo 1 de Teologia da Editora Betesda
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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