Ao
sentido da visão natural corresponde o sentido da visão espiritual, assim como
ao da audição natural corresponde o da audição espiritual. Não que haja
propriamente um olho como o físico para enxergar o que é espiritual, ou um
ouvido físico para ouvir as mesmas coisas espirituais.
Todavia,
sabemos que o olho e o ouvido simplesmente captam os sinais do mundo exterior
para que estes sejam interpretados pelo cérebro. É, portanto na mente que
ocorre a visão e a audição.
De
igual modo, as realidades espirituais são captadas e interpretadas pela nossa
mente e pelo nosso espírito, tornando para nós realidades vivas o que ouvimos
ou lemos na Palavra de Deus.
Deve
ser considerado então, que há um ouvir no ouvir, e um enxergar no ver, pois a
fé vem pelo que ouvimos ou lemos do evangelho. Esta capacidade de entender
espiritualmente é um dom concedido por Deus, e sem esta operação do Espírito
Santo para nos revelar a verdade, nada podemos fazer.
Uma
das grandes provas desta comunicação espiritual pode ser vista, no fato de que
há pessoas com deficiência auditiva e visual que se convertem a Cristo, e
chegam ao conhecimento da verdade.
Nós
lemos várias passagens no livro de Atos nas quais o Espírito Santo fala
diretamente aos apóstolos, ou através de mensagens transmitidas a eles por
anjos ou profetas, também guiados pelo mesmo Espírito. Não é de se supor que o
Espírito se comunicasse apenas com eles, e deixasse de fazê-lo com outros ao
longo da história da Igreja.
Servimos
a um Deus vivo que fala conosco, nos dá visões espirituais para discernirmos a
Sua vontade, e usa de vários meios para se comunicar com Seu povo.
O
Espírito Santo nos fala, sobretudo através da Bíblia, cuja escrita inspirou.
Por isso nós vemos Jesus dizendo nos evangelhos e no livro de Apocalipse, que
aqueles que tivessem ouvidos espirituais para entender, que ouvissem o que o
Espírito Santo diz à Igreja, numa referência às palavras que Ele, Jesus, havia
anteriormente proferido; ou seja, que poderiam crer nelas e entendê-las pela
iluminação do Espírito Santo que as havia inspirado.
Mas,
Deus se comunica conosco além da leitura ou audição da Sua Palavra revelada,
pois se manifesta especialmente quando estamos orando no Espírito. Sua
comunicação que é, sobretudo a da Sua própria presença enche o nosso coração de
alegria, paz e santa adoração. Se estivermos nos sentindo desanimados e fracos,
ficamos animados e fortalecidos, e isto ocorre para que tenhamos a certeza da
Sua presença abençoadora.
Como
a fé opera com o que é invisível, e por amarmos e servirmos a Jesus, que é
invisível, devemos definitivamente desistir de tentar perceber e entender as
coisas que são divinas, espirituais e celestiais, simplesmente com os sentidos
naturais da visão e audição.
Até
porque, o som depende da existência de atmosfera. No vácuo o som não se
propaga. E a visão depende da luz natural, sem a qual todo olho é cego. Não
seria de se supor então, que para se comunicar conosco Deus dependesse da
existência de ar e luz natural; ao contrário, podemos nos comunicar melhor com
Ele com os olhos fechados e em ambientes totalmente silenciosos.
Artifícios
em sons e imagens para o propósito de levar pessoas a sentirem a presença de
Deus, quando menos poderá contribuir para que sejam idólatras, por substituir a
adoração ao Senhor por tais sons e imagens, pensando ter neles um encontro com
a divindade.
Deus
proibiu o ser adorado através de imagens de escultura, ou de qualquer criatura
existente no céu ou na terra, para não incorrermos no grande erro de tentar
conhecê-Lo ou nos comunicar com Ele através de meios visíveis, pois sendo
espírito, não pode ser visto ou percebido com os demais sentidos naturais.
Este
tipo de conhecimento pode ser ilusório, pode ser limitado; e com toda a
certeza, temporário, mas o conhecimento que nos vem pela fé, no que aprendemos
dEle pelo Espírito, apesar de ser invisível e inaudível para os sentidos
naturais, é uma forma de conhecimento verdadeiro, pessoal, íntimo,
transformador e indelével. Importa que seja conhecido de tal forma, pois o
fundamento de todo o nosso relacionamento com Ele é vital, verdadeiro e justo.
Não
há, portanto nenhuma desvantagem em não vermos ou ouvirmos a Deus com nossos
sentidos naturais, até porque não estamos destinados a viver eternamente como
seres naturais, senão espirituais, conforme Deus planejara desde antes da
fundação do mundo.
Pr
Silvio Dutra
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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