“Portanto, quer comais,
quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de
Deus” (1Co
10.31).
O
Cristianismo difere frontalmente do Humanismo. Este, aplaudido e festejado por
nossa geração, coloca o homem no centro do universo. O homem tornou-se a medida
de todas as coisas. Tudo vem dele, acontece por meio dele e existe para ele. A
busca açodada pelo prazer tornou-se o vetor que governa o homem. A realização
de sua soberana vontade tornou-se agenda imperativa.
Para
atender a esse propósito, as filosofias besuntadas de antropocentrismo
idolátrico, repaginaram as artes, a música, o entretenimento, a moda, a cultura
enfim, para que tudo contribua para o máximo prazer do homem. O hedonismo
emergiu com força das entranhas dessa cosmovisão.
Na
contramão dessa visão antropocêntrica, o Cristianismo proclama que Deus é o
centro do universo e não o homem. A vontade Deus é que deve ser feita na terra
como é feita no céu e não a vontade do homem.
O
propósito da vida não é o prazer desmedido do homem, mas a glória de Deus. O
grande paladino da Igreja Cristã, no período patrístico, Aurélio Agostinho, em
seu livro Confissões, disse: “Senhor, tu nos criaste para ti, e nossa alma não
encontrará repouso até que se volte para ti”.
O
homem é um ser vulnerável e dependente. Ele não tem vida em si mesmo e nem pode
manter-se de pé escorado no bordão da autoconfiança. Ele não basta a si mesmo
nem encontra sentido na vida alimentando-se dos deleites efêmeros deste mundo.
Dinheiro,
sexo e poder não preenchem o vazio do seu coração. Nem todo o ouro do mundo
pode satisfazer os reclamos de sua alma. Nem todas as taças dos prazeres
terrenos pode saciar os anelos do seu coração. Nem toda a força dos exércitos
da terra pode dar segurança à sua vida.
O
homem depende de Deus e não encontra sentido em sua jornada a não ser que se
volte para Deus, para viver na presença de Deus e fazer tudo para a glória de
Deus.
O
apóstolo Paulo, o grande bandeirante do Cristianismo, no texto em tela, diz com
diáfana clareza que, desde as coisas mais básicas da vida como comer e beber,
às mais complexas, devemos fazer tudo para a glória de Deus. Não vivemos nem
morremos para nós mesmos. Nascemos para a glória de Deus. Estudamos para a
glória de Deus. Trabalhamos para a glória de Deus. Casamo-nos para a glória de
Deus. Criamos filhos para a glória de Deus. Fazemos tudo para a glória de Deus.
A
glória de Deus é o vetor que governa todas as áreas da nossa vida. Se perdermos
esse foco, a vida perde o sentido. Adorar a Deus, amar as pessoas e usar as
coisas é a nossa máxima prioridade. Se abandonarmos esse ideal,
esquecer-nos-emos de Deus, amaremos as coisas e usaremos as pessoas.
Só
quando Deus ocupa o primeiro lugar em nossa vida, as outras áreas se encaixam
em seu devido lugar.
Só
quando fazemos tudo para a glória de Deus, fazemos com excelência e temos
propósito no que fazemos.
Só
quando fazemos tudo para a glória de Deus, nossas palavras e ações deixam de
ser egoístas para se tornarem abençoadoras.
Só
quando fazemos tudo para a glória de Deus transformamos as pequenas coisas como
um copo de água fria dado ao sedento como uma liturgia de adoração ao Senhor.
Eis
nosso maior privilégio, nossa maior responsabilidade, nossa maior plataforma de
vida: fazer tudo para a glória de Deus!
Hernandes
Dias Lopes
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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