Os transtornos
gerados à igreja pelos exageros e ignorância quanto ao ensino ortodoxo das
escrituras.[1]
Jonas Dias de Souza[2]
É fato que pouquíssimas igrejas
estão ensinando na atualidade. A teologia da prosperidade aliada a um
neo-pentecostalismo tirou a primazia do ensino das igrejas (felizmente nem
todas) e o relegou a outros planos. Vivencia-se uma movimentação ligada ao
sentimentalismo e emocionalismos exarcebados que em nada se compara ao culto
racional recomendado pelo apóstolo Paulo. Não que emocionar seja proibido.
Vivenciamos um conflito entre a
Liturgia Pentecostal e a Liturgia Neo-Pentecostal. À segunda, que outrora bebia
na fonte da primeira, foi permitido subjugar a primeira. Ocorreu então o
esvaziamento dos chamados Cultos de Doutrina e da Escola Bíblica Dominical.
Reflexo da cultura brasileira e
da dificuldade de leitura tão relatada nas pesquisas educacionais.
Acrescente-se aí o preço alto e as dificuldades de acesso às boas obras
teológicas. E mais ainda, a ausência do espírito Santo que não buscado no jejum
e na oração pelos pastores e professores responsáveis por ensinar o povo de
Deus. Em conseqüência temos um ensino bíblico deficiente e
manco na maioria das
igrejas. Por sua vez o povo de Deus, por não fazer como os Bereanos, sofre por
falta de conhecimento.
Exemplo disto é a unção com óleo.
Inobstante ser uma Doutrina Bíblica vem sendo banalizada ao extremo. Estão
agora derramando litros de óleo nos “abençoados e ungidos” servos. Vivenciamos
o vocabulário rico: Unção, vaso, fogo, glória. Vivenciamos até neologismos “reteté
de fogo e reteté de Jeová”.
A utilização de textos isolados,
aliada a uma ortodoxia sem a presença do Espírito santo tem gerado distorções
no arraial dos crentes.
Vejamos a partir do ensino Paulino
à Tiago.
“Está alguém entre vós aflito? Ore Está alguém contente? Cante
louvores. Está alguém entre vós doente? Chamem os presbíteros da igreja, e orem
sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração de fé salvará o
doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometidos pecados ser –lhe – ão perdoados.
Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que
sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5:
13-16)
O contexto remoto para esta
passagem se encontra no livro do evangelista Marcos.
“E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os
curavam”. (Marcos 6.13)
A oração consiste numa comunhão
com Deus. Tiago aqui está se referindo a
alguém que está enfermo fisicamente. O azeite no AT era um remédio, basta lembrar-se
da parábola do Bom Samaritano. Jesus é o nosso SENHOR físico e espiritual. A
confusão que determinados nichos de pregadores tem feito com a unção, é digna
de uma refutação séria no campo teológico, e digno de dó no campo cristão.
Afinal o que é unção?
A unção do AT é diferente da
unção no NT. Se no AT a unção consistia no derramamento de azeite na cabeça de
uma pessoa, a fim de sua separação para serviço especial. No NT temos “O Cristo”
(em grego) e “O Messias” (hebraico) significando “o ungido”.
Portanto o que precisamos hoje na
igreja? A maior necessidade da igreja no tempo presente é o discernimento. Se
no AT eram ungidas pessoas, coisas e lugares. Se no AT a unção se dava com o
derramamento literal de azeite. No NT temos a unção com o Espírito Santo.
Recomendamos algumas leituras: 1
Sm 10.1; 1 Rs 19.16; Ex 40.15; Sl 133; Gn 31.13; Ex 30. 26-30)
Veremos que o azeite era usado de
forma criteriosa. Derramar azeite era o
símbolo da consagração de pessoas ou coisas a Deus. O azeite simbolizava o
Espírito Santo no Antigo Testamento. Há
pessoas que refutam este ensino. Assim como refutam que o AMOR não é dom, mas
sim, fruto. Ver Gálatas 5.22. Assim também, encontramos pessoas que não aceitam
que perdão é mandamento e não sentimento. Recordemo-nos de que Jesus (Lc
4.18-21) leu a passagem do profeta Isaias (Is 61.1-2) a seu respeito. A unção
de Jesus ocorreu no plano espiritual e isto foi suficiente para o cumprimento
de sua missão na terra. Ver Atos 10.38
Isto nos leva ao fato de que
derramar litros de azeite na cabeça de pessoas com pretexto de consagrá-las e
confirmá-las ao Ministério é extremamente fora de contexto e desnecessário. Nos
leva ao fato de que colocar um carro dentro de uma igreja para “benzê-lo” com
azeite; assim como; derramar (ungir) azeites em portas, janelas e chaves,
torna-se uma Heresia.
Não é proibido orar a Deus por
agradecimento por um presente, como exemplo, um carro para trabalhar na
expansão do Reino de Deus.
A Graça de Deus nos basta, assim
como, a unção do Espírito Santo. Conjecturas demais a respeito da unção é muito
perigosa. Ver 2 Co 1.21 e 1 Jo 2. 20,27)
Despejar azeite é heresia. Dar
banho de azeite é heresia...
O que conduz o crente à uma vida
equilibrada e separada é a presença do Espírito santo.
A presença do Espírito Santo de
Deus guia, orienta, instrui e fala de forma especial. Azeite na cabeça não dá
sabedoria. Somos selados pelo Espírito Santo quando aceitamos a Jesus Cristo
como Salvador e consumador de nossa Fé.
Unção é obedecer a Palavra de
Deus e é também manter a comunhão com Deus. Não precisamos de novas unções, mas
sim da unção de Deus.
Algumas Heresias encontradas:
* unção do carro
* Caneta ungida para concurso
* unção de celular
* E pasmem... Pasmem...pasmem...
unção de partes íntimas
Somente a misericórdia de Deus,
seguida de um estudo comprometido com a Sã Doutrina para nos ajudar.
Voltemos ao texto de Tiago.
Quem unge? O Presbítero
Não é cooperador, diácono (Isa),
ou qualquer membro. Precisamos orar e não sair derramando óleo nos batentes e
umbrais de nossas casas. Orar sim! Ler a
Bíblia! Procurar através da oração o discernimento espiritual.
A sabedoria de Deus é indiscutível,
mas é preciso caminharmos para a Escola Bíblica Dominical, para a igreja, em
oração e em jejum.
Ficar no movimento é muito fácil.
Sentar para ouvir é difícil.
Precisamos buscar a unção na
Palavra para que o Espírito Santo de Deus testifique com o nosso espírito.
O recurso mais poderoso de que
dispomos é a oração que proporciona a comunhão com Deus. Quando oramos
alcançamos resultados maiores do que o esperado. Há quem pense que a oração é o
último recurso a ser tentado. Há quem pense que a oração deve ser quando o
resto falhar. Mas, ao contrário, este pensamento é retrógado e deve ser
evitado. A oração deve vir sempre em primeiro lugar.
Vejam abaixo os endereços da
internete que mostram algumas heresias:
http://simceros.ning.com/video/uncao-do-carroda-moto-da-1?xg_source=activity
http://www.youtube.com/watch?v=6k1lu_kfij0
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